Moçambicanos na RAS: Papa

Moçambicanos residentes na África do Sul regressam a casa para participarem na missa papal em Maputo.

Papa Francisco chega a capital moçambicana nesta terça-feira para visita de três dias a convite do presidente Filipe Jacinto Nyusi. Os moçambicanos na África do Sul, incluindo trabalhadores nas minas, foram convidados a voltarem a casa para ver o líder mundial da igreja católica.

Os mineiros foram convidados no início deste ano pela Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Dias Diogo numa visita de trabalho a África do Sul.

No encontro havido na mina Sibanye Stillwater, na região de Carletonville, cerca de 90 quilómetros a ocidente de Joanesburgo, Vitória Dias Diogo pediu aos gestores da companhia mineira para dispensarem os moçambicanos por alguns dias para se deslocar ao país natal para ver o Sumo Pontífice.

A direcção da companhia aceitou o pedido e alguns dos seus gestores disseram que também iam deslocar-se a Maputo para ver o Papa.

A África do Sul acolhe a maior comunidade moçambicana na diáspora, alguns dos quais crentes da igreja católica.

Papa Francisco traz mensagem de paz, esperança e reconciliação para todos os moçambicanos.

Os moçambicanos residentes na África do Sul precisam muito da paz, esperança e reconciliação com os donos da terra cada vez menos tolerantes para com estrangeiros.

Quase todas as semanas tem havido casos de xenofobia, vandalização, pilhagem e destruição de pequenos negócios de estrangeiros, incluindo moçambicanos, nas comunidades sul-africanas.

Face à deterioração da situação, moçambicanos residentes na África do Sul defendem a adopção de moeda única para transacções comerciais nos países da regia da África Austral, a semelhança da África Ocidental e da Europa comunitária para reduzir o domínio regional da moeda sul-africana, o Rand.

A África do Sul e os pequenos reinos do Lesotho, e de eSwatini, antiga Suazilândia, adoptaram a paridade das suas moedas em 1986 e continua em vigor.

Para alguns moçambicanos, a diferença cambial entre as moedas de Moçambique e da África do Sul estimula o movimento migratório de moçambicanos para o território sul-africano a procura de melhores condições de vida

Olívio Novela, que vive na África do Sul há mais de 25 anos, considera que há empresários estrangeiros que fazem negócios em Moçambique, a partir da África do Sul por causa da fragilidade do metical em relação ao rand sul-africano. Novela foi mais longe dizendo que as suas filhas, que terminaram universidade gostariam de trabalhar em Moçambique, mas têm dificuldades de lidar com o metical.

Elisabete Macamo, imigrante moçambicana está com o marido na região de eMalahleni, antiga Witbank, à procura de emprego. Disse que a razão da sua migração para África do Sul foi motivada pela diferença cambial.

Elizabete deu exemplo “com 100 randes consigo 400 MT em Moçambique”.

No Zimbabwe, empresários sufocados pela longa crise económica querem a adopção do rand sul-africano ou então moeda única na região para transacções comerciais.

Entretanto, para alguns economistas, mesmo que os países da região adoptem moeda única, a economia sul-africana vai continuar a dominar por causa do seu maior nível de industrialização em relação aos seus vizinhos.

Quinze países da África Ocidental adoptaram há um Junho moeda única chamada Eco a entrar em circulação a partir do próximo ano, 2020.

Na Europa, 19 países dos 28 membros da União Europeia usam o euro como moeda única nas transações comerciais.

THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL

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