Sangue nas estradas

Sangue nas estradas – Motoristas, agentes da Polícia e governos africanos são assassinos passivos nas estradas africanas.

A África do Sul tem a melhor rede de estradas no continente africano. Motoristas abusam a velocidade.

Durante o longo fim-de-semana alusivo ao dia da reconciliação promovida por Nelson Mandela, mais de 75 pessoas foram assassinadas nas estradas sul-africanas em três dias (sábado, domingo e segunda-feira).

Excesso de velocidade, condução sob influência de álcool, drogas e ultrapassagem irregular são as principais causas da carnificina registada nos três dias do feriado nacional.

Um transportador moçambicano juntou-se aos assassinos matando 10 pessoas compatriotas, incluindo duas crianças, há duas semanas numa estrada secundária na província sul-africana de Mpumalanga.

Testemunhas dizem que o transportador vindo de Moçambique meteu-se numa estrada secundária para evitar pagar taxas de portagem na autoestrada N4 e colidiu frontalmente com carro de obras.

Estatísticas oficiais indicam que pelo menos 13 mil pessoas morrem anualmente em média nas estradas sul-africanas.

Os números disparam em tempo de festas: Natal, final de ano e Páscoa. Os maiores assassinos são motoristas de transporte semi-colectivo de passageiros, mas o governo assiste passivamente à carnificina, limitando-se a expressar lamentações e condenações.

O Rancor do Pobre denunciou várias vezes no Correio da manhã a anarquia promovida por transportadores semi-colectivos nas estradas, mas até hoje ninguém tomou conta do assunto para garantir a segurança rodoviária.

Governantes sul-africanos e de outros países, incluindo da minha aldeia, são insensíveis a morte evitável de pessoas.

Com a aproximação de eleições gerais previstas para próximo ano, os políticos de todas as cores ensaiam pulmões para gritarem em prol do bem estar do povo. Mas depois da votação vão virar costas ou fazer ouvidos de mercador às reclamações esquecidas do povo.

Em África, eleições multipartidárias são mero exercício de cidadania para o inglês ver.

A chegada da democracia multipartidária a África importada da Europa e dos Estados Unidos da América no início da década de 1990 sem pagar direitos aduaneiros, nada mudou para o bem estar dos africanos.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Correio da manhã do dia 19 de Dezembro de 2018 na rubrica semanal O RANCOR DOPOBRE

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