O povo votou

As eleições de 2014, tal como as expectativas estavam, responderam todas as hipóteses. Viabilizaram todas as vias e os caminhos foram percorridos em cima do que estava previsto. O povo votou. 

A democracia vincou e a decisão foi tomada. O casamento rompeu, a Frelimo com o povo e a aliança foi jogada no alto mar. As eleições apenas foram confirmar a vontade soberana. Ainda que os resultados sejam fabricados, o povo votou!

Fiquei arrepiado quando vi uma criança de 11 anos a dizer: “titio, por que a Frelimo teima em governar se o povo não a quer?” Não consegui dar resposta e ainda disse: “não pode deixar para o titio Venâncio que conversou conosco?” Ainda mais, o meu coração apertou-me. Apenas eu disse: o povo votou! 

Daqui para diante, a única coisa que a Frelimo deve fazer é apenas entregar o poder ao povo, entrar na oposição e lutar para reconquistar a sua esposa chamada povo. A política não se faz com as armas, é preciso fecundar no campo do argumento e de ideias. De tanta maldade perpetrada, o que a frelimo esperaria? Uma sanção, claro! E o povo a sancionou.

Uma coisa é e que fique claro: este povo não é aquele de 1920, o aparecimento das redes sociais abriram as mentes e revolucionaram as ideias dando maior autonomia na tomada de decisões. Não é mais o político que decide, mas o povo que dá a agenda e escolhe a quem acha fazer parte dos seus problemas. 

Portanto, para o bem da nação e das gerações vindouras, a Frelimo deve aceitar os resultados, reconhecer a derrota e passar para a oposição. Deve lutar para que a nação seja feita e reconstruida juntos. É preciso que se perdoe todos os os crimes cometidos outrora e que se veja no desenvolvimento do país como agenda prioritária. 

A não aceitação dos resultados ou possível adulteração, o povo deve tomar o poder. “Nenhum tirano nos pode escravizar”. O povo votou!

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 08 de Outubro de 2024.

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